O PPgUSRN informa a todos que a Defesa de Mestrado da discente FLÁVIA GOMES GABRIEL, acontecerá no dia 31 de março de 2022 às 14h30min, em que apresentará o trabalho intitulado: FARMACOCONTAMINAÇÃO NO BRASIL: OCORRÊNCIA EM MATRIZES AQUÁTICAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL. O QUE SABEMOS SOBRE ESTA TEMÁTICA?
Banca Examinadora:
- Presidente da banca/Orientador: Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni (IFRN);
- Avaliadora interna 1: Profa. Dra. Sheyla Varela Lucena (IFRN);
- Avaliadora interna 2: Profa. Dra. Luciana de Castro Medeiros (IFRN);
- Avaliadora externa: Profa. Dra. Rafaela dos Santos Costa (UFRN).
RESUMO:
A contaminação por medicamentos (farmacocontaminação) em corpos de água provém de diferentes fontes: esgoto doméstico, esgoto hospitalar, lixo industrial, dejeto animal e descarte de medicação inadequada. Esses poluentes farmacêuticos fazem parte de um grupo denominado de Contaminantes Emergentes (CE), os quais, em sua maioria, não são regulados pela legislação e não tem protocolos de monitoramento reconhecido. Os fármacos são, contudo, uma importante ferramenta para manutenção da saúde dos seres vivos. Com o início da pandemia de COVID-19, fármacos utilizados para tratamento de outras doenças foram indicados como possibilidades de tratamento, os chamados medicamentos “reposicionados”, dentre eles, cloroquina/hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida, remdesivir e azitromicina, dando origem ao chamado “kit-covid”. Porém, mais de dois anos após o início da pandemia, não há evidências científicas que respaldem o uso dessas substâncias na prevenção ou tratamento da COVID-19. O aumento da automedicação gerou uma preocupação sobre a contaminação ambiental causada por fármacos. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de literatura e analisar os artigos no lapso temporal de 2012-2021, no cenário Brasil, descrevendo a ocorrência de fármacos em distintas matrizes aquáticas e no contexto da pandemia de COVID-19. O segundo foco desta dissertação foi compreender, a partir do contexto pedagógico, a ausência de material didático para o ensino desta temática em instâncias iniciais de formação e criar um material paradidático. O primeiro objetivo foi abordado mediante uma revisão sistemática da literatura que envolveu uma triagem de 2580 artigos que, com os critérios de exclusão utilizados através da implementação dos critérios PRISMA, reduziram-se a 47 artigos analisados à procura de informações, tais como, concentrações dos fármacos, grupo terapêutico, origem e tipos de matriz hídrica atingida, incluindo efluente proveniente de ETE. Em relação a procedência, a maioria dos trabalhos concentram-se nas regiões sudeste e sul do país, que englobam mais de 70% dos artigos publicados sobre o tema. Foram descritos 65 fármacos na literatura considerada, dentre estes, 19 famílias farmacológicas foram representadas. Os tipos de matrizes aquáticas analisadas envolveram águas superficiais, águas subterrâneas, águas costeiras e água tratada. Somente dois medicamentos utilizados no tratamento sintomático dos pacientes com COVID-19 foram descritos na literatura utilizada, incluindo os fármacos dexametasona e azitromicina. Portanto, foi possível observar uma lacuna existente sobre estudos que analisam a ocorrência de fármacos e aqueles massivamente aplicados durante a pandemia de COVID-19. Os resultados deste estudo salientam a necessidade de monitoramentos desta família de micropoluentes e os possíveis impactos desses compostos sobre a biota, além da necessidade de implementação prática da legislação vigente em termos de logística reversa dos fármacos. Finalmente, políticas públicas que promovam a conscientização do consumo responsável de fármacos e a redução da automedicação são fundamentais. Para isso, estratégias educativas para democratizar o conhecimento a este respeito são necessárias. Assim, o segundo objetivo da dissertação se concretizou com a confecção de um material paradidático denominado “AÇÚCAR OU ADOÇANTE? Uma história sobre os contaminantes emergentes”, o qual estará disponível para utilização de diversos níveis de ensino como alternativa didática para a promoção do conhecimento sobre a temática dos microcontaminantes.
Link da Defesa: https://meet.google.com/bnk-dyis-geh